O segundo dia do CBSurf Surf de Base 2025 foi marcado pela estreia oficial do novo formato com repescagens, trazendo mais emoção, surpresas e superação para as disputas na Praia do Borete, em Porto de Galinhas. Após um final de madrugada de chuva intensa, o evento foi presenteado com um domingo de muito sol, mar liso e vento fraco, o que proporcionou ondas boas para a competição. O mar ganhou força em relação ao dia anterior e ofereceu ainda maisoportunidades para os surfistas mostrarem suas manobras e buscarem as notas necessárias para avançar.
Com um total de 24 baterias disputadas, o domingo foi completamente dedicado à categoria Sub-18, começando pelas repescagens masculina e feminina, momentos sempre de maior pressão, onde os surfistas não têm mais margem para erro: perdeu, está fora. A partir da segunda metade do dia, as baterias voltaram ao evento principal com a disputa da Fase 2, tanto no masculino quanto no feminino. Para fechar o dia, ainda foram realizadas quatro das seis baterias da Fase 2 da Repescagem Sub-18 Masculino.
O CBSurf Surf de Base é uma realização da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) em parceria com a Federação Pernambucana de Surf (FEPESurf), com patrocínio da Prefeitura de Ipojuca e da Secretaria Especial de Esportes de Ipojuca, com o apoio do prefeito Carlos Santana e do secretário de esportes Deri Costa.
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NOVO FORMATO COM REPESCAGENS ESTREIA COM MUITA EMOÇÃO NO BORETE
O dia começou de forma extremamente decisiva com as baterias da Fase 1 das repescagens das categorias Sub-18 masculino e feminino. Pela primeira vez no CBSurf Surf de Base, o formato inspirado no Mundial Júnior da ISA foi colocado em prática: atletas que não avançam na fase principal ganham uma segunda chance de seguir vivos na competição, disputando novas baterias nas chaves de repescagem. O sistema amplia o tempo de competição, aumenta o volume técnico das disputas e fortalece o desenvolvimento da nova geração.
> Entenda aqui tudo sobre o novo formato da competição e sua importância
Raoni Monteiro, diretor de prova e ex-top da elite do circuito mundial por 8 temporadas, destacou a importância da novidade:
“A repescagem é uma chance a mais que o competidor tem de seguir no evento e somar pontos para a equipe. Muita gente vem de longe, são nove dias de campeonato, e às vezes o atleta não pode ir embora antes porque já tem a passagem comprada. Então ajuda a molecada a competir mais e entrar no ritmo de competição, o que é fundamental para a formação deles. A prática é tudo.”
Mas o desafio é real:
“Muda a mentalidade. A repescagem é tudo ou nada. Eles têm que focar, escolher bem as ondas e dar tudo. A pressão é outra. Passar significa continuar; perder, ir embora.”

GRANDES NOMES DO FEMININO ENCARAM A PRESSÃO E BRILHAM NAS REPESCAGENS
A repescagem feminina mostrou que o nível da categoria Sub-18 está altíssimo. Entre as atletas que encararam logo esse desafio estava Alexia Monteiro (RS), atleta do Dream Tour — circuito profissional principal do surfe brasileiro — onde terminou a temporada 2024 como a quarta melhor surfista do país.
Chegar à etapa do Surf de Base com esse histórico e já cair na repescagem mostra o nível altíssimo da disputa. Alexia enfrentou mais uma bateria apertada que exigiu estratégia e controle emocional e confiança para conquistar a vitória no final com 9.27 pontos. A manobra decisiva na qual ela encaixou um combo de duas manobras — uma rasgada e uma batida na junção — que garantiu a primeira colocação, com um somatório de 9.27 pontos, e a vaga na próxima fase da repescagem.
“A derrota na estreia foi dolorosa, mas encarei como um aprendizado. Deus escreve certo por linhas tortas. Eu vim focada, confiante no meu surf e consegui aplicar o que treinei. Essa vitória foi muito importante.”

Outra performance que incendiou a torcida foi a da paulista Carol Bastides (SP). Atual campeã brasileira Sub-16, Carol já competiu na Sub-18 outras vezes, mesmo sendo mais nova, mas agora retorna ainda mais madura e com a força de quem quer o topo. Após uma estreia frustrante no sábado, ela entrou na repescagem com energia total e surfou 11 ondas, dominando sua bateria do início ao fim. Carol fez o maior somatório (11.33) e a maior nota do dia (6.0) entre as meninas.
“Ah, agora é uma tensão, só que com foco redobrado. Acho que com esse foco maior consegui ir muito mais ligada pra bateria. O que vinha eu tava indo! Sempre que aparecia uma ondinha boa, eu tentava pegar pra trocar nota. Minha preparação tá em dia, tô cansada, mas tá em dia haha!”

Com um ritmo forte, Carol mostrou sua versatilidade, destacando-se com diferentes manobras para os dois lados.
“Fiquei muito orgulhosa porque consegui pegar bastante onda e manter um bom nível. Destaco umas rabetadas muito boas que eu tava curtindo bastante. Consegui mostrar minha batida, que não tinha saído na primeira bateria e dessa vez consegui forçar bem. A torcida paulista veio junto e foi demais.”
A vibração da torcida paulista foi intensa a cada manobra da atleta, que saiu da água ofegante, mas sorridente, demonstrando alívio e confiança para os próximos desafios.
No masculino, o nome da repescagem foi o paulista Luciano Anacleto, que registrou o maior somatório da fase: 11.34 pontos, em uma bateria muito bem executada e consistente.

ANUAR CHIAH FAZ A MAIOR NOTA E SOMATÓRIO DO DIA EM BATERIA EMOCIONANTE E DE ALTO NÍVEL
Na abertura da Fase 2 do Sub-18 Masculino, o atual campeão brasileiro Anuar Chiah (PR) protagonizou uma bateria emocionante e tecnicamente exigente. Enfrentando Levi Silva (PB), Vitor Gabriel (PA) e Kalani Robles (SP), o confronto teve três notas na casa dos 7 pontos — um 7.50 de Levi, 7.93 de Vitor e 7.97 do próprio Anuar, que garantiu a maior nota do dia no masculino. Kalani, mesmo sem uma nota acima de 7, manteve-se competitivo durante toda a disputa e chegou a ocupar zona de classificação até os minutos finais.
Anuar começou a bateria com dificuldade para encontrar boas ondas e sentindo o peso da pressão.
“Fiquei meio lento no começo, não tava achando as ondas boas e vi os outros surfando muito bem. Fiquei nervoso, não vou mentir. Só pensava que precisava mostrar meu surf. Sabia que, se viesse uma onda boa, eu conseguiria fazer a nota.”

A virada veio nos minutos finais. Com três minutos restantes, ele encontrou uma boa rampa na junção para um aéreo de backside que descreveu como “bem capotado com a rabeta da prancha lá em cima”, e cravou o 7.97. Ainda teve tempo de emendar uma segunda onda sólida, que somou 4.73 para marcar também o maior somatório do dia, 12.70 pontos. As notas foram confirmadas somente após o término da bateria, e a notícia da virada veio quando Anuar já estava na areia, provocando forte reação do atleta e da torcida paranaense.
“Foi um alívio muito grande. Você vai guardando, guardando, guardando… e depois que vira, solta tudo. Tô muito feliz de ter conseguido soltar meu surf no final.”
Com o resultado, Anuar avançou para o round 3, mostrando maturidade para lidar com momentos decisivos e reforçando sua posição como um dos candidatos ao título.

LUARA MANDELLI LIDERA FASE 2 DO FEMININO E ALEXIA SANTOS VIRA NO ÚLTIMO SEGUNDO
Depois da grande atuação de Anuar Chiah no masculino, foi a vez da também paranaense Luara Mandelli manter o bom momento do estado na Praia do Borete. Luara venceu a primeira bateria da Fase 2 do Sub-18 Feminino com 10.83 pontos, o maior somatório da fase, incluindo a maior nota do dia no feminino, um 6.33. Com ritmo e precisão, ela segue como uma das favoritas ao título.
Outro grande destaque da fase foi a paraibana Alexia Santos, que mais uma vez mostrou talento e sangue frio. Ela estava sendo eliminada até os segundos finais da bateria, mas pegou uma direita no soar da buzina, encaixou quatro manobras e marcou 6.0 pontos, garantindo a classificação em segundo lugar. A bateria foi vencida pela paranaense Gabriely Vasque, reforçando o bom desempenho da nova geração do Paraná neste segundo dia.

NATHAN HEREDA IGUALA MAIOR SOMATÓRIO E AUMENTA EXPECTATIVA PARA SEGUNDA-FEIRA
O segundo dia de competição foi encerrado com a realização de quatro das seis baterias da Fase 2 da Repescagem Sub-18 Masculino. O destaque ficou por conta do carioca Nathan Hereda (RJ), que venceu a última bateria do dia com 12.70 pontos, igualando o maior somatório do domingo, registrado anteriormente por Anuar Chiah.
“Eu falei com meu treinador que ia somar 12 na bateria, com duas notas na casa de 6 pontos, e consegui o objetivo. Agora é tentar manter ou subir a média. Tô triste por estar na repescagem, mas feliz de agora ter avançado”, declarou Nathan, após a bateria.
Para esta segunda-feira, a chamada para a competição será feita pela locução na praia às 07:30h, com possível início às 08:00h. Estão previstas 30 baterias, em mais um dia inteiro dedicado à categoria Sub-18. A programação começa com as duas baterias restantes da Fase 2 da Repescagem Sub-18 Masculino, seguidas pelas baterias desta mesma fase do feminino.

DETALHES DA COMPETIÇÃO, TRANSMISSÃO E PARCEIROS OFICIAIS
CBSurf Surf de Base 2025
📅 Data: 03 a 11 de Maio
📍 Local: Praia do Borete, Porto de Galinhas, Ipojuca-PE
A etapa está sendo transmitida ao vivo no YouTube pelo canal CBSurfPLAY e no site oficial da CBSurf, com também cobertura pelo perfil @cbsurfoficial no Instagram, permitindo que os fãs do surf acompanhem cada os bastidores das disputas.
Realizado em formato de etapa única e com sistema de repescagem inspirado no Mundial Júnior da ISA, o evento conta com 248 atletas de 15 federações estaduais, disputando as categorias Sub-12, Sub-14, Sub-16 e Sub-18, nos gêneros masculino e feminino. Estão em jogo os títulos nacionais individuais e por estados, além das vagas na Seleção Brasileira Júnior de 2026.
Patrocínio: Prefeitura de Ipojuca e Secretaria Especial de Esportes de Ipojuca
Realização: Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) em parceria com a Federação Pernambucana de Surf (FEPESurf).
Apoio: FuWax, Surfland Brasil, Monster Energy, Sococo Brasil, LikeLike T-Shirts e Pousada Maresia Unique.
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Por: Lufi Rebel / Assessoria de Imprensa da CBSurf